Reprovados devem evitar sentimento de culpa e pesar bem as decisões futuras

Matéria publicada nos jornais Diário do Povo, Correio Popular e no site da PUC-Campinas do dia 13 de Janeiro de 2009.

Reprovados devem evitar sentimento de culpa e pesar bem as decisões futuras

Carolina Cunha/Juliana FacchinDA AGÊNCIA ANHANGUERA

A concorrência acirrada da maioria dos vestibulares de universidades públicas do País adiou o sonho de muitos estudantes que pretendiam começar a vida acadêmica este ano. Afinal, a oferta de vagas nessas instituições de Ensino Superior pode ser até 14 vezes menor do que o número de candidatos se considerados todos os inscritos para o vestibular e o número total de estudantes que serão selecionados em todas as áreas. Mas não ter o nome divulgado na lista de aprovados não é fim do mundo. Ainda há muito pelafrente e admitir o fracasso logo de cara nem sempre é a melhor saída. Apostar numa viagem para relaxar e desligar-se um pouco do mundo pode ser uma boa opção em curto prazo. Já para os que não querem "perder o ano", a dica pode ser a matrícula em cursos profissionalizantes de curta duração, de idiomas, em alguma faculdade particular que está com os vestibulares em aberto ou investir 12 meses em um cursinho para tentar mais uma vez a tão sonhada vaga na universidade pública. Para o diretor do colégio e do cursinho Integral, Milton Maia, a última opção é a melhor. "O estudante que não passou nesses vestibulares já fez aopção de ingressar numa universidade pública e não deve desistir. Ele já sabia que seria concorrido conseguir ingressar numa universidade que une qualidade e sem custos. Não adianta desanimar no primeiro obstáculo", disse. Maia acredita que o sentimento de fracasso também nunca deve existir, já que a qualidade da concorrência é grande. "Não adianta mudar os planos com acabeça quente e no futuro ser um profissional frustrado. A escola faz parteda vida inteira de uma pessoa." O nome da instituição, segundo Maia, também conta bastante. "Quem faz a faculdade é o aluno, mas o nome da instituição ainda vale muito. Se você não conhece a pessoa numa seleção profissional, acaba julgando por sua formação."

Estudo

Reprovado na primeira fase do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), Felipe da Costa Mello, de 18 anos, só pensa em estudar mais e mais para não ter a mesma surpresa no próximo ano. "Acho que eu poderia ter estudado um pouco mais, a gente sempre acha. Mas não estou frustrado, pois acredito que fiz o meu melhor", afirmou Felipe, que concorreu a uma vaga no curso de jornalismo, o segundo mais concorrido da Fuvest, com 36 candidatos por vaga. A primeira reação foi de tristeza, mas, segundo ele, com a ajuda dos pais, já conseguiu superar. "Não estou mais para baixo com o resultado. Sabia que seria difícil, e não deu desta vez. Agora vou estudar mais para fazer uma prova muito melhor neste ano."Para descansar a cabeça e recuperar o fôlego para iniciar mais uma jornada de estudos, Mello procura relaxar. "Não estou estudando agora, pois sei quepreciso recarregar as minha energias. Mas, para não deixar de lado completamente os estudos, tento ler bastante para ficar informado", contou.

Nervosismo

No caso de Patrícia Aparecida Beraldo, de 18 anos, o que mais atrapalhou foio nervosismo. "Acho que, se não tivesse ficado tão nervosa, poderia ter ido pelo menos para a segunda fase", afirmou a estudante, que tentava uma vagano curso de medicina na Unicamp. Nesse curso, a relação de candidato porvaga é de 78. Mas ela garante que já superou a reprovação e que, de certa forma, já esperava o resultado. "A gente tenta sempre acreditar que vai dar tudocerto, mas o curso que eu escolhi é muito difícil. Agora é colocar a cabeçano lugar e pensar para a frente", disse. Patrícia afirmou que o apoio dos pais foi muito importante e, como lição para este ano, tirou a experiência. "Não foi desta vez, mas sei que a minha hora vai chegar. Não posso ficar encanada. Já passou e agora eu tenho defocar no próximo vestibular", afirmou a aluna, que ainda aguarda a resposta de mais dois vestibulares.

Hora é de esfriar a cabeça e fazer um balanço da situação

Para o psicólogo comportamental da Oficina do Estudante, Reginaldo do Carmo Aguiar, o estudante precisa, nesse momento, tentar esquecer de provas e vestibulares e investir em atividades que lhe trarão satisfação. "Além do acolhimento da família, o estudante precisa se desligar das provas, dos estudos e viajar ou fazer outras atividades para diminuir a angústia e a frustração", explicou o psicólogo. Após esse descanso merecido, o estudante que ainda quiser investir no mesmo vestibular deve começar a pensar nas inúmeras variáveis que possam ter prejudicado o desempenho na hora da prova, como estudo insuficiente, falta de planejamento, descuido com a saúde, alto grau de dificuldade da prova, concorrência acirrada e até a variável emocional. "Tudo isso deve ser levado em consideração e pode prejudicar o desempenho do candidato. Por isso, é necessário que todas essas variáveis sejam revistas", ressaltou. Sobre aproveitar o ano e ingressar numa instituição privada, Aguiar foi categórico: "Isso vai depender do que o estudante vai querer no futuro". De acordo com ele, as universidades privadas são mais voltadas para o mercado profissional e trabalham com disciplinas mais práticas. Já as públicas investem mais teórica, voltada para os alunos que querem se destacar mais na área acadêmica. (JF/AAN)

A FRASE

"O estudante não deve admitir o fracasso. Se ele já fez a opção por um cursoconcorrido, ele deve continuar tentando para no futuro não ser umprofissional frustrado." MILTON MAIA Diretor do Integral

PONTO DE VISTA

Werner K. P. Kugelmeier/Gestor de treinamentos empresariais/Gestão empresarial

Quem opta pela carreira em gestão empresarial desenvolve vocação e competência para que a organização possa crescer com lucro - sempre. Gestores empresariais modernos fixam objetivos arrojados de lucro, elaboram estratégias diferenciadas de mercado, definem prioridades de inovação, produtividade e comercialização, decidem sobre otimização de investimentos eracionalização no uso de recursos, desenham uma organização flexível com seufluxo de comunicação e seu processo decisório que incorporam a tecnologia deinformação e comunicação, identificam o perfil "ideal" do time e seudesenvolvimento e monitoram desempenho de forma compartilhada com o time.Gestores cobiçados aplicam as práticas acima, embasadas numa posturaempreendedora, aquela que ousa, inspira e move. Uma dica: inicie suacarreira cedo, atuando em empresas juniores, buscando programas de trainee, cursando extensão no Exterior ou procurando um estágio na área que pretende desenvolver. Um mercado de trabalho em ascensão, em razão da necessidade de modernização da gestão empresarial - uma oportunidade para bons gestores...

Obs.: No site da PUC - Campinas: http://www.puc-campinas.edu.br/servicos/detalhe.asp?id=40379 e no Correio Popular saiu a matéria com o nome: Vestibular - Meu nome não está na lista dos aprovados. E agora?

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Reginaldo do Carmo Aguiar é psicólogo clínico comportamental, analista do comportamento e estudioso das Neurociências.
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