Primeiramente é importante dizer que a escolha profissional não é uma tarefa fácil. Isto porque o jovem se vê diante dos mais diversos discursos somado a falta de apoio e despreparo da família e da escola. Tanto a família, quanto a escola estão envolvidos pelo discurso do mercado de trabalho: “Quais seriam as competências para o sucesso no trabalho, quais seriam os cursos que trariam retorno financeiro e sucesso e quais seriam os atalhos para ser feliz e ter sucesso na vida”. Diante disso, o jovem se vê muito sozinho e acaba não pesquisando, nem analisando profundamente seus interesses, o que pode gerar uma escolha equivocada.
O discurso dominante prega e exige que o sujeito tenha um diploma para obter uma chance no mercado de trabalho. A realidade profissional é um “espírito de porco”, “um soco no estômago”. È importante dizer que, atualmente, um curso superior para um grande contingente de indivíduos relaciona-se mais a um valor pessoal e de status (respeito social em sua família ou comunidade) do que um pré-requisito real para um bom emprego. Na realidade, o mercado exige o diploma, mas, em geral, a pessoa não exerce a profissão para qual se formou. Muitas vezes o cargo é técnico, neste sentido o diploma só ajuda na seleção, mas não na realização profissional, o que frustra muito. E também pagar um curso superior é um sacrifício que muitas vezes não é reconhecido e retribuído pelo mercado de trabalho.
Aos pais cabe observar a própria relação com os filhos neste período. Quando cobrarem é importante estarem atentos ao rendimento do filho. Tanto muito, quanto pouca cobrança promove maus resultados . Sua proximidade deve ser de apoio nessa hora e pesquisas podem trazer informações úteis aos filhos, não reproduzindo estereótipos de mercado. Quanto às escolas, elas poderiam oferecer aos seus alunos espaços para reflexão sobre o futuro, mas de forma sistematizada, com disciplinas inseridas na grade curricular que pudessem auxiliar o jovem nas suas escolhas futuras.
Enfim, a família e a escola devem focar o autoconhecimento (conhecimento dos próprios valores, interesses, perfil e habilidades) e o conhecimento da realidade profissional (conhecimento do esquema de organização das ocupações e do mundo de trabalho) do estudante. Se há uma destas faltas o sujeito não toma uma decisão certa e fica frustrado durante o curso. A troca de cursos tem relação direta, mas não somente, com a escolha inicial, que, em geral, não foi fruto de uma aprofundada reflexão e pesquisa. Este trabalho de escolha inicial tem sido terceirizado à orientação vocacional. Ela pode envolver testes e atividades como: orientações, análises, entrevistas, palestras com profissionais ou com estudantes universitários, visita a universidades e ao campo de trabalho, literatura pertinente aos diversos cursos e profissões existentes, conversa com amigos e discussões em grupo.
No entanto, uma dificuldade de adaptação ao meio universitário pode envolver também uma defasagem educacional, uma não adaptação ao estilo e cultura daquela universidade específica, entre tantas outras, nem sempre a desistência de um curso significa não ter gostado do curso, muitos outros fatores devem ser analisados, inclusive a questão financeira e que lugar do projeto de vida do jovem esse curso ocupa. Além de que a nossa relação com as informações alteram o tempo todo no decorrer do percurso.
Um outro fator bastante marcante é o modelo pós-moderno da sociedade de relação com as coisas, marcado pela baixa tolerância à frustração, pouco compromisso e a descartabilidade, que também se reflete, por exemplo, nas relações afetivas.
A evasão é um problema complexo e que não pode ser explicado de forma reducionista através de um dimensão apenas da questão, por exemplo, a evasão é um problema de escolha dos jovens, ou então, por um baixo nível de escolaridade ou de qualidade de ensino de um dado país.
Em suma, orientar um jovem para uma primeira escolha ou uma mudança de curso tem que primar o autoconhecimento e o conhecimento das carreiras profissionais. Pensar a longo prazo é sempre melhor. Uma escolha profissional altera a vida da pessoa por isso deve ser bem discutida.
Copyright © 2007 Reginaldo do Carmo Aguiar. Todos os direitos reservados.
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O discurso dominante prega e exige que o sujeito tenha um diploma para obter uma chance no mercado de trabalho. A realidade profissional é um “espírito de porco”, “um soco no estômago”. È importante dizer que, atualmente, um curso superior para um grande contingente de indivíduos relaciona-se mais a um valor pessoal e de status (respeito social em sua família ou comunidade) do que um pré-requisito real para um bom emprego. Na realidade, o mercado exige o diploma, mas, em geral, a pessoa não exerce a profissão para qual se formou. Muitas vezes o cargo é técnico, neste sentido o diploma só ajuda na seleção, mas não na realização profissional, o que frustra muito. E também pagar um curso superior é um sacrifício que muitas vezes não é reconhecido e retribuído pelo mercado de trabalho.
Aos pais cabe observar a própria relação com os filhos neste período. Quando cobrarem é importante estarem atentos ao rendimento do filho. Tanto muito, quanto pouca cobrança promove maus resultados . Sua proximidade deve ser de apoio nessa hora e pesquisas podem trazer informações úteis aos filhos, não reproduzindo estereótipos de mercado. Quanto às escolas, elas poderiam oferecer aos seus alunos espaços para reflexão sobre o futuro, mas de forma sistematizada, com disciplinas inseridas na grade curricular que pudessem auxiliar o jovem nas suas escolhas futuras.
Enfim, a família e a escola devem focar o autoconhecimento (conhecimento dos próprios valores, interesses, perfil e habilidades) e o conhecimento da realidade profissional (conhecimento do esquema de organização das ocupações e do mundo de trabalho) do estudante. Se há uma destas faltas o sujeito não toma uma decisão certa e fica frustrado durante o curso. A troca de cursos tem relação direta, mas não somente, com a escolha inicial, que, em geral, não foi fruto de uma aprofundada reflexão e pesquisa. Este trabalho de escolha inicial tem sido terceirizado à orientação vocacional. Ela pode envolver testes e atividades como: orientações, análises, entrevistas, palestras com profissionais ou com estudantes universitários, visita a universidades e ao campo de trabalho, literatura pertinente aos diversos cursos e profissões existentes, conversa com amigos e discussões em grupo.
No entanto, uma dificuldade de adaptação ao meio universitário pode envolver também uma defasagem educacional, uma não adaptação ao estilo e cultura daquela universidade específica, entre tantas outras, nem sempre a desistência de um curso significa não ter gostado do curso, muitos outros fatores devem ser analisados, inclusive a questão financeira e que lugar do projeto de vida do jovem esse curso ocupa. Além de que a nossa relação com as informações alteram o tempo todo no decorrer do percurso.
Um outro fator bastante marcante é o modelo pós-moderno da sociedade de relação com as coisas, marcado pela baixa tolerância à frustração, pouco compromisso e a descartabilidade, que também se reflete, por exemplo, nas relações afetivas.
A evasão é um problema complexo e que não pode ser explicado de forma reducionista através de um dimensão apenas da questão, por exemplo, a evasão é um problema de escolha dos jovens, ou então, por um baixo nível de escolaridade ou de qualidade de ensino de um dado país.
Em suma, orientar um jovem para uma primeira escolha ou uma mudança de curso tem que primar o autoconhecimento e o conhecimento das carreiras profissionais. Pensar a longo prazo é sempre melhor. Uma escolha profissional altera a vida da pessoa por isso deve ser bem discutida.
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Endereço e contato para atendimento clinico e palestras: ver em "Quem sou eu" na parte superior a direita da página.
2 comentários:
Muito bom o texto, bastante elucidativo! :)
Texto muito bom e relevante nos tempos atuais! Bastante elucidativo!
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