segunda-feira, 13 de agosto de 2007

EJACULAÇÃO PRECOCE Campinas

A ejaculação precoce é um dos assuntos que mais preocupa os homens na atualidade. Segundo algumas revistas científicas é o link mais acessado nos sites de sexualidade masculina. O problema é mais freqüente entre adolescentes e pode intensificar-se se existir o sentimento de que a relação sexual é pecaminosa. O medo do desconhecido, de engravidar a parceira ou de contrair uma doença sexualmente transmissível, assim como a ansiedade relacionada à sua capacidade de desempenho, podem ser fatores contribuintes. Preocupações similares podem persistir durante a vida adulta e podem inclusive ser aumentadas por problemas em uma relação. Segundo pesquisas nos Estados Unidos 30 % de homens tem este problema em alguma fase na vida. A ejaculação precoce é uma disfunção relativamente nova, já que no passado, era tratada como problema apenas quando implicava a dificuldade de fecundação. Em séculos anteriores em algumas culturas em que o sexo era visto como algo sujo, a possibilidade de ejacular rapidamente era bom para acabar com aquilo que era pecaminoso. No entanto, atualmente se o homem ejacula antes de sua parceira atingir o orgasmo, ambos podem sentir-se insatisfeitos e frustrados.
Alguns autores adotam, em sua prática clínica, o conceito de ejaculação precoce como sendo a incapacidade de reter voluntariamente a ejaculação. Sendo assim, todo aquele que ejacula antes do desejado, por não inibir voluntariamente a ejaculação, padeceria de ejaculação precoce. Entretanto, isto só é considerado um problema a partir de duas variáveis: a duração e a freqüência deste comportamento. Um jovem, por exemlpo, que teve ejaculação precoce nas primeiras vezes da relação sexual ou um homem que ocasionalmente ejacule prematuramente não quer dizer que sofram de ejaculação precoce.

Etiologia do problema
A etiologia do problema deve supor um conjunto de fatores que somados proporcionam a ejaculação precoce, entre eles:
1) Componente de aprendizagem. Os homens se condicionariam a uma fácil e rápida ejaculação, estabelecendo este padrão de comportamento sexual por toda vida.
2) Componente genético. Há uma predisposição genética para este sintoma.
3) Componente fisiológico. Há uma origem fisiológica. (hipersensibilidade peniana, por exemplo).
4) Ansiedade. Pessoas que tem pouco repertório comportamental para lidar com suas dificuldades cotidianas tem maior probabilidade de ter como produto a queixa de ejaculação precoce.
5) Fatores comportamentais como a falta de assertividade nas contingências sociais e principalmente nas contingências sexuais. Talvez seja um dos mais marcantes na dificuldade do controle ejaculatório. Segundo pesquisas mais de 50% das pessoas com ejaculação precoce apresentam queixa de assertividade sexual e nenhum controle da relação sexual em geral. Suas parceiras decidiam como e quando fariam sexo, bem como se deveriam ou não fazer tratamento.
6) Aprendizagem do controle ejaculatório. Se um homem adotar um comportamento sexual em que ele não se preocupe em aprender a controlar e a perceber as sensações que antecedem o orgasmo, dificilmente não terá problemas de relacionamento com as (os) suas (seus) parceiras (os), como também se esse homem adotar uma postura de excessiva preocupação (ansiedade) com o seu controle ejaculatório, é possível que, por vezes, ele ejacule sem antes ter atingido a totalidade de sua excitação.
7) Privação sexual. Ficar um longo tempo sem sexo provavelmente aumentará a excitação e a probabilidade da pessoa não controlar a ejaculação será maior. Nos caso dos jovens que não tem rotina sexual a privação sexual soma-se a ansiedade devido a contingências de falta de experiência, medo de mau desempenho, inibição diante da parceira podem criar um estado de ansiedade intensa que leva o jovem a ejacular rapidamente.
O tratamento em conjunto psicoterápico e farmacológico tem dado resultados mais rápidos e eficazes.

Tratamento comportamental:

1) Informações sobre o histórico do paciente.
2) Análise das Contingências de Reforçamento. Fazer uma análise comportamental para entender o ambiente e as respostas comportamentais emitidas pelo indivíduo ao decorrer da sua vida, neste sentido entender a história de vida do sujeito a partir dos dados trazidos para a sessão.
3) Informações diretamente aplicáveis a seu problema sexual específico, essas informações são relacionadas ao tipo de sentimento do paciente, envolvendo origens históricas e culturais, mitos, preconceitos, dados de freqüência que o mesmo problema ocorre na população, fisiologia, etc.
4) O uso de técnicas comportamentais vai depender de uma boa análise funcional dos comportamentos do paciente. E as técnicas mais utilizadas são:
a) Treinamento de habilidades sociais e treino de assertividade sexual.
b) Técnicas do pare e reinicie (também chamada parada e partida). O homem aprende a tolerar níveis elevados de excitação sem ejacular. Esta é uma técnica para aumentar o controle ejaculatório. Esta técnica pode ser feita sem parceira sexual.
c) Reestruturação cognitiva. Geralmente as pessoas com este problema tendem a ficar sob controle dos órgãos genitais e não no prazer da relação sexual. Neste sentido é interessante um trabalho que o sujeito mude a sua atenção. Outra coisa que ocorre é uma resposta emocional negativa durante a relação sexual que deve ser modificada.
d) Técnicas de relaxamento. Usado para diminuição dos comportamentos respondentes relacionados a ansiedade.
5) Acompanhamento terapêutico semanal para evitar recaídas.
O resultado do tratamento será melhor se o paciente participar ativamente do processo terapêutico e se puder contar com a participação da parceira. Em certos casos, entretanto, o problema não está no tempo que o homem leva para ejacular, mas na dificuldade que um terço das mulheres tem para atingir o orgasmo.
Em suma a terapia comportamental tem por objetivo o reaprendizado e recondicionamento de comportamentos de auto controle ejaculatório.
É importante lembrar também que as técnicas não são usadas aleatoriamente, é necessário antes uma boa análise do caso. Isto quer dizer que não existe receita de bolo pronta para resolver o problema da ejaculação precoce. E o uso da técnica pela técnica não resolve nada. Devemos lembrar que as pessoas são únicas porque estão inseridas em ambientes distintos. Neste sentido um bom acompanhamento médico de um especialista de preferência em urologia para uma análise médica e prescrição medicamentosa adequada e um psicólogo comportamental para uma boa análise funcional e procedimentos adequados do caso é fundamental para um tratamento mais eficaz.
A) Perguntas do público
O indivíduo aceitou eu colocar o texto abaixo.
Boa tarde Doutor!

Sou o João(nome fictício) de Santa Catarina, tenho 23 anos.
Sofro de E.P (chamado de inicial, pois sempre tive esse problema)
Já procurei tratamento na minha região mais todos os medicos me passaram a mesma receita: o uso de Clomipramina, pois meu problema é psicologico.
Com o uso de Clomipramina me ajuda muito, porem me da uns fortes efeitos colaterais, como tontura, diarreia...
Já estive até em Curitiba na Boston Medical Group, fazendo exames... e nada foi contatado...
Tambem estou convicto de que meu problema é psicologico... pois na masturbação consigo controlar a ejaculação normalmente.
Na relação se estou bem calmo e tento controlar a respiração, consigo retardar a ejaculação.
Comprovei que ate mesmo, mascar um simples chiclet´s me auxilia em algumas vezes.
Mas nao é sempre que consigo.

Entao.. Gostaria de saber se o Dr. poderia me indicar algum outro medicamento que ajudasse, que eu pudesse testar e que nao me desse tantos efeitos colaterais!

Grato!

Resposta do Reginaldo:
Meu caro João (nome fictício),

Fico muito sensibilizado com seu problema. Trabalho a algum tempo e há muitas pessoas que tem o problema de Ejaculação Precoce e tem muitos que tem os efeitos indesejados com o uso da Clomipramina que é um anti- depressivo tricíclico.
Gostaria de dizer que a minha formação é em Psicologia. Desta forma não poderia de forma alguma te indicar algum medicamento. Há questões muito éticas e sérias em relação a isso. Estes medicamentos são controlados e apenas os médicos podem prescrever. O que posso te informar é o seguinte:

A) O uso de técnicas de respiração podem não ser tão eficazes se principalmente não foi indicado por um profissional competente da Psicologia. Algumas pessoas com respiração resolvem o seu problema, muitas outras não. O uso do cliclete para mim é novidade. Para um melhor tramento indico vc procurar um profissional da Psicologia Comportamental perto de vc (psicoterapeutas comportamentais ou cognitivos). O trabalho deles foca bastante o problema, é mais direto do que de outros profissionais da Psicologia. O profissional da Psicologia vai poder ter tempo de te ouvir com mais cuidado e zelo o seu problema, fazer uma boa análise da sua história de vida e do seu problema (entrevista comportamental) e usar procedimentios mais adequados, passar técnicas adequadas etc. Não sei vc sabia meu caro João, mas tem pessoas que não funcionam com medicamentos e por isso um tratamento psicológico é fundamental. O tratamento em alguns casos começa com um medicamento e com a psicoterapia, ao decorrer da Psicoterapia com a melhora dos resultados o médico vai diminuindo a dosagem do medicamento até parar com o medicamento. Vc tem que ficar ciente de que é importante não depender do medicamento.

B) Este medicamento que vc toma traz bons resultados, mas como ele é um medicamento antigo ele proporciona efeitos colaterais intensos, por isso procure um médico competente próximo da sua casa para lhe indicar um medicamentos descobertos na década de 90. Estes tipos de medicamento (tarja preta) agem no Sistema Nervoso central por isso de preferencia aos médicos com formação em Psiquiatria e Neurologia.

Espero ter te ajudado.

Um grande abraço amigo
Reginaldo do Carmo Aguiar
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Porque tantos jovens mudam de curso universitário

Primeiramente é importante dizer que a escolha profissional não é uma tarefa fácil. Isto porque o jovem se vê diante dos mais diversos discursos somado a falta de apoio e despreparo da família e da escola. Tanto a família, quanto a escola estão envolvidos pelo discurso do mercado de trabalho: “Quais seriam as competências para o sucesso no trabalho, quais seriam os cursos que trariam retorno financeiro e sucesso e quais seriam os atalhos para ser feliz e ter sucesso na vida”. Diante disso, o jovem se vê muito sozinho e acaba não pesquisando, nem analisando profundamente seus interesses, o que pode gerar uma escolha equivocada.
O discurso dominante prega e exige que o sujeito tenha um diploma para obter uma chance no mercado de trabalho. A realidade profissional é um “espírito de porco”, “um soco no estômago”. È importante dizer que, atualmente, um curso superior para um grande contingente de indivíduos relaciona-se mais a um valor pessoal e de status (respeito social em sua família ou comunidade) do que um pré-requisito real para um bom emprego. Na realidade, o mercado exige o diploma, mas, em geral, a pessoa não exerce a profissão para qual se formou. Muitas vezes o cargo é técnico, neste sentido o diploma só ajuda na seleção, mas não na realização profissional, o que frustra muito. E também pagar um curso superior é um sacrifício que muitas vezes não é reconhecido e retribuído pelo mercado de trabalho.
Aos pais cabe observar a própria relação com os filhos neste período. Quando cobrarem é importante estarem atentos ao rendimento do filho. Tanto muito, quanto pouca cobrança promove maus resultados . Sua proximidade deve ser de apoio nessa hora e pesquisas podem trazer informações úteis aos filhos, não reproduzindo estereótipos de mercado. Quanto às escolas, elas poderiam oferecer aos seus alunos espaços para reflexão sobre o futuro, mas de forma sistematizada, com disciplinas inseridas na grade curricular que pudessem auxiliar o jovem nas suas escolhas futuras.
Enfim, a família e a escola devem focar o autoconhecimento (conhecimento dos próprios valores, interesses, perfil e habilidades) e o conhecimento da realidade profissional (conhecimento do esquema de organização das ocupações e do mundo de trabalho) do estudante. Se há uma destas faltas o sujeito não toma uma decisão certa e fica frustrado durante o curso. A troca de cursos tem relação direta, mas não somente, com a escolha inicial, que, em geral, não foi fruto de uma aprofundada reflexão e pesquisa. Este trabalho de escolha inicial tem sido terceirizado à orientação vocacional. Ela pode envolver testes e atividades como: orientações, análises, entrevistas, palestras com profissionais ou com estudantes universitários, visita a universidades e ao campo de trabalho, literatura pertinente aos diversos cursos e profissões existentes, conversa com amigos e discussões em grupo.
No entanto, uma dificuldade de adaptação ao meio universitário pode envolver também uma defasagem educacional, uma não adaptação ao estilo e cultura daquela universidade específica, entre tantas outras, nem sempre a desistência de um curso significa não ter gostado do curso, muitos outros fatores devem ser analisados, inclusive a questão financeira e que lugar do projeto de vida do jovem esse curso ocupa. Além de que a nossa relação com as informações alteram o tempo todo no decorrer do percurso.
Um outro fator bastante marcante é o modelo pós-moderno da sociedade de relação com as coisas, marcado pela baixa tolerância à frustração, pouco compromisso e a descartabilidade, que também se reflete, por exemplo, nas relações afetivas.
A evasão é um problema complexo e que não pode ser explicado de forma reducionista através de um dimensão apenas da questão, por exemplo, a evasão é um problema de escolha dos jovens, ou então, por um baixo nível de escolaridade ou de qualidade de ensino de um dado país.
Em suma, orientar um jovem para uma primeira escolha ou uma mudança de curso tem que primar o autoconhecimento e o conhecimento das carreiras profissionais. Pensar a longo prazo é sempre melhor. Uma escolha profissional altera a vida da pessoa por isso deve ser bem discutida.

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