quinta-feira, 28 de abril de 2011

Entrevista concedida a revista Atrevidinha sobre amizades entre jovens meninas

O material será publicado provavelmente em Junho. Por motivos autorais não será publicado na íntegra aqui.
1 – O que diferencia uma boa amizade de uma amizade que faz mal? Como perceber se a amizade prejudica mais do que traz benefícios? O que deve ser observado no dia a dia da relação?
A boa amizade traz benefícios para a relação e para cada um da relação, em essência aumenta a autoestima. A pessoa se sente amada, especial e tem saudades do seu amigo.
Uma relação que produz constantemente sentimentos de tristeza, medo, irritação, raiva não deve ser saudável. Uma amizade que produz sentimento de satisfação e bem estar aumenta a disposição a vida.
Deve ser observado se o amigo é afetivo, ou seja, uma pessoa que elogia, que faz caricia, que se preocupa com o outro genuinamente, que é companheiro, em suma, que consegue se colocar no lugar do outro em algumas ocasiões...
2 – Um exemplo de amiga que faz mal é aquela que não para de falar durante a aula, enquanto a garota quer estudar, quer entender a matéria. Nesse caso, a amiga nem sempre age com intenção clara de prejudicar mas, mesmo assim, acaba atrapalhando a vida da outra. Então, na prática, como conversar com a amiga e colocar seu ponto de vista?
Nessa fase muda-se rapidamente os gostos e interesses além de ser um período de bastante descoberta. No processo de amadurecimento, as pessoas tornam-se diferentes. Então, pode ser que aquela sua amiga que tinha tudo a ver, de repente, se torne uma pessoa diferente e aí pode acontecer um afastamento lento e natural. Todavia, uma boa amizade deve consistir de falar o que sente, o que pensa e a outra parte da relação tem que aprender a receber a crítica. É claro que existem várias formas de expressar este descontentamento dependendo da pessoa. Pessoas mais mimadas ou com baixa autoestima tendem a ter dificuldade de receber uma crítica. Por isso é importante falar com delicadeza, mas falar. Se a pessoa for mais “normal” seja direta e expresse o que desagrada. Ou negocie outros horários para conversar ou se divertir...

3 – Se a garota tem uma amiga que vive inventando apelidos dos quais ela não gosta, ou se tira sarro dela na frente dos outros colegas, como a pré-adolescente deve intervir, se aquilo a está deixando realmente magoada?
Se estiver muito magoada ou com raiva, é melhor nem conversar, porque a probabilidade de se criar um conflito maior é grande. Depois deve chamar a amiga para uma conversa particular e deve expressar o descontentamento a amiga. É de direito não ser ridicularizada perante um grupo, assim como é de direito expressar seu sentimento de chateação e pedir para que o outro mude tal postura mesmo que de início o outro não goste...
4 – Também é muito comum termos uma amiga que adora manipular, que se coloca na situação de coitadinha o tempo todo e que, no fundo, quer garantir benefícios para si às custas da amiga. Ela faz isso até de um jeito que não é intencional. Mas como se livrar dessa dependência que a amiga desenvolve, em relação a ela?
Deve-se primeiro descrever a amiga o que acontece e pedir uma mudança. E fazer isso algumas vezes quando não ocorrer a mudança. Vale também informar outras pessoas desta postura para que outras não cedam a ela. Somente em último caso procurar fortalecer outras amizades e se distanciar da amiga...

5 – E a amiga que reclama de tudo, que critica tudo, que está sempre pra baixo e que quer convencer o resto do mundo a se sentir triste também? É possível conviver com esse tipo de amiga de modo próximo, sem se “contaminar”? Ou é melhor se afastar? É possível ajudá-la?
O mundo está cheio de pessoas assim. É preciso conviver com essas pessoas. No entanto, é necessário tentar mostrar a elas que há outras formas de enxergar o Mundo. Tentar contaminar com otimismo ou mudar sutilmente de assunto quando estiver desagradável...

6 – Outro exemplo típico de amiga que faz mal é aquela que, por ser mais popular na turma, deseja que todas as outras sigam as suas ordens, ela sempre quer decidir tudo, o tempo todo. Como se impor diante de uma garota dessa? Ou é melhor se afastar?
Uma pessoa que lidera geralmente é muito forte, ou seja tem poder com as palavras e influencia pessoas. Neste sentido, bater de frente não vai adiantar e pode até piorar as coisas. A melhor estratégia e aumentar o círculo de amigas e participar inclusive de grupos de amigas diferentes. Quando acontecer da garota popular quiser imperar ou for desagradável tem a possibilidade de mudar de grupo ou de atividade. Em suma, o que nos torna vulneráveis é a dependência de pequenos grupos ou de poucas pessoas...

7 – Uma amiga que é muito presente, muito carinhosa, muito ciumenta, também pode fazer mal? Como lidar com essa amiga grudenta e que, sem querer, sufoca?
Toda relação saudável envolve equilíbrio. Tudo que é muito intenso em alguns momentos pode cansar. Falar para a amiga de seu comportamento “inadequado” é um primeiro passo. Você pode também elogiar comportamentos da amiga que de direcionem para a vida em grupo e sem os excessos para que ela se torne uma pessoa melhor. Lembrando que você pode ser responsável por esse comportamento da amiga. Em outras palavras, uma amiga só gruda porque a outra deixa grudar...

8 – Certas amigas invadem a privacidade da outra, começam a fuçar os e-mails, pegam objetos emprestados sem pedir, mexem nas coisas da outra, enfim, acham que, por serem amigas, não há necessidade de certos limites. Porém, quando isso começa a incomodar, como a menina deve mostrar à colega que quer que sua privacidade seja respeitada?
Todo mundo tem seu espaço. Inclusive os animais. Um cão, por exemplo, quando chega em um lugar novo urina para delimitar seu espaço. Nós humanos também sentimos necessidades de um espaço, da privacidade. Algumas pessoas não conseguem perceber os limites do outro. Por isso é importante dizer, e até afirmar o que você não aceita que o outro ultrapasse. Isso é de direito social. Todavia, não precisa ser dito de forma agressiva...

9 – Se eu tenho uma amiga que adora aprontar e que sempre tenta me influenciar para fazer coisas que eu considero erradas, como matar aula para ficar jogando no celular, por exemplo, como dizer a ela que isso me incomoda? É possível conviver com uma garota assim sem me envolver em conflitos?
Pode ser amiga dela. Isso não quer dizer que precisa acompanhá-la. Amigas, amigas, estudos a parte. Se ela gosta de você ela também precisa respeitar seus idéias, suas responsabilidades e desejos...

10 - Em que outros casos a amiga pode prejudicar, mesmo sem ter a intenção? Quando é o caso de conversar e quando é o caso de se afastar da menina?
Quando a amiga obriga a fazer as atividades que ela gosta ou quando usa constantemente de chantagem emocional deve-se pensar se vale a pena essa amizade...

11 - Há falhas de uma amiga que são imperdoáveis? Como estabelecer esse limite?
É difícil definir algo como imperdoável. Mas há alguns caminhos, como por exemplo, verificar a intensidade, e a freqüência do que foi cometido de inadequado. Se uma amiga mentiu para você, por exemplo, verifique se era uma mentira de caráter muito maldoso e se fez isso várias vezes (freqüência)? Uma amiga, por exemplo, que fica frequentemente com rapazes que as amigas gostam indica um certa personalidade egoísta de difícil perdão.
Uma outra forma de saber se é imperdoável é perguntar, pedir a opinião as outras pessoas (pais, familiares, amigos) sobre as atitudes dela em questão. Neste caso, se a maioria responsabilizar a sua amiga pode ser um sinal que esta amizade não vale o investimento e nem o perdão...

12 – O problema de uma amizade que faz mal pode estar na própria garota? Por exemplo, pode ser que ela tenha uma certa tendência a se envolver com pessoas que não a valorizam por pura carência, ou por querer ser popular como as amigas, algo assim? Como a garota pode saber que está no grupo errado?
Procurar pessoas com determinado valores podem ajudar. Participar de grupos menores, mas com pessoas que valham a pena.
Todo grupo tem uma direção, um sentido. Verifique se as regras e tendências do grupo são coerentes com uma vida saudável, digna e afetiva...

13 - Existem garotas que, quando ocorre algum conflito, ou problema, têm a tendência de direcionar a “culpa” para o outro. Porém, como é possível perceber se a falha foi realmente da amiga ou se a garota também teve alguma participação, uma certa “culpa” na história?
Nesta fase da idade é muito comum não se responsabilizar por nada: o problema sempre são os outros. Deve-se na medida do possível fazer uso da razão para entender como as pessoas agem e reagem. As relações humanas são jogos e as pessoas representam papéis por isso é importante em algumas situações fazer uma analise crítica da responsabilidade de cada um nos problemas ocorridos. Uma conversa, uma discussão amena, uma orientação com um(a) amigo(a) mais velho pode colaborar na análise...

14 - Há também aquelas garotas que sempre engolem tudo, assumem toda a “culpa” que as amigas “jogam” sobre elas e estão sempre se desculpando e sofrendo nessa situação. Como fazê-la perceber que pode não ser bem assim? Como a garota pode aprender a se valorizar mais?
Provavelmente esta garota vem de uma família que a responsabiliza muito, uu tem baixa autoestima, ou ainda ela pode ser muito afetiva. Como amiga dele você deve sempre mostrar o que é certo e errado, o que é justo e injusto. Tentando mostrar que ninguém é perfeito e que nem sempre conseguimos ter controle de tudo. Elogiar, reconhecer, valorizar nossos amigos são formas de aumentar a autoestima e de diminuir o senso de culpa...

15 – Dá para perceber, antes da amiga cometer uma mancada daquelas, que ela está mal intencionada? Que sinais uma amiga da onça normalmente dá antes de agir?
Diferenciar colega de amiga pode ser uma primeira boa discriminação. Saber que colegas, em geral, cometem mais erros do que amigas. Investigar, obter informações importantes sobre seu caráter, índole, personalidade, história de vida da amiga. Saber, por exemplo, o que ela fez com outras amigas ou os motivos dela perder algumas amigas. Em suma, saber um pouco sobre o outro aumenta o controle sobre a situação e diminui as falsas expectativas...

16 – Quando é o caso de se afastar da amiga que a está prejudicando, como fazer isso sem criar um conflito ainda maior com a garota?
Geralmente uma pessoa de mal caráter dá sinais constantes de seu veneno. Um dos sinais é falar mal constantemente dos outros. Ela, por exemplo, pode fazer o mesmo com você quando estiver distante. Falas contraditórias evidencia de que a pessoa mente. Uma pessoa muito mentirosa não é confiável porque ela a enganará a qualquer momento. Mas não é apenas isso que define uma pessoa pouco promissora para um relacionamento. Em síntese, é um conjunto de comportamentos que indicam insensibilidade com os outros. Se a pessoa demonstrar muitos desses comportamentos e apesar de você falar ela não mudar o melhor é se afastar.
O afastamento pode acontecer gradual, por exemplo, evitando ir a alguns lugares e até mesmo dando algumas desculpas sociais...

Copyright © 2011 Reginaldo do Carmo Aguiar. Todos os direitos reservados.
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Reginaldo do Carmo Aguiar é psicólogo clínico comportamental, analista do comportamento e estudioso das Neurociências.








sábado, 23 de abril de 2011

Programa Entre Vistas para falar sobre as consequências do alto padrão de beleza, ditadura da beleza, transtornos alimentares etc.

 Participação do programa Entre Vistas da Facamp com os alunos de jornalismo da própria instituição de ensino para falar sobre as consequências do alto padrão de beleza, a ditadura da beleza e os transtornos decorrentes disso. A gravação foi realizada dia 19-04-2011.















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Reginaldo do Carmo Aguiar é psicólogo clínico comportamental, analista do comportamento e estudioso das Neurociências.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Programa mulher.com para falar sobre trabalho voluntário

 Dia 13-04-2011 ao vivo no programa Mulher.com da TV Século 21 para falar sobre os benefícios do trabalho voluntário. Esteve presente também o palhaço Picolé que é do grupo voluntário chamado Hospitalhaço.












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Reginaldo do Carmo Aguiar é psicólogo clínico comportamental, analista do comportamento e estudioso das Neurociências.