sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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Resiliência -

O dicionário de língua portuguesa, o Novo Aurélio, diz que, na Física, resiliência “é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica”. No sentido figurado, o mesmo dicionário aponta o termo como “resistência ao choque”. O dicionário de língua inglesa Longman Dictionary of Contemporary English de 1995 oferece duas definições de resiliência, sendo a primeira: “habilidade de voltar rapidamente para o seu usual estado de saúde ou de espírito depois de passar por doenças, dificuldades etc.: resiliência de caráter”1.
A segunda explicação para o termo encontrada no mesmo dicionário afirma que resiliência “é a habilidade de uma substância retornar à sua forma original quando a pressão é removida: flexibilidade”2.
Como se pode ver, os dois dicionários apontam para conceituações semelhantes e ao mesmo tempo divergentes, pois no dicionário de português a referência é feita apenas à resiliência de materiais. É importante notar que é um termo emprestado da física e que somente em 1960, Frederic Flac, estudando sua historia de vida e de outros que haviam superado grandes adversidades, passou a empregá-lo para o ser humano.
No sentido figurado, nada é especificamente claro para a compreensão do que seja a resiliência quando se trata de pessoas. Já o dicionário de inglês confirma a prioridade ou maior familiaridade para o uso do termo em fenômenos humanos, apontando em primeiro plano a definição neste sentido.
Resiliência é freqüentemente referida por processos que explicam a “superação” de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações. Por tratar-se de um conceito relativamente novo no campo da Psicologia, a resiliência vem sendo bastante discutida do ponto de vista teórico e metodológico pela comunidade científica. Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenômeno comum e presente no desenvolvimento de qualquer ser humano, e outros enfatizam a necessidade de cautela no uso “naturalizado” do termo.
Na língua portuguesa, a palavra resiliência, aplicada às ciências sociais e humanas, vem sendo utilizada há poucos anos. Neste sentido, seu uso no Brasil ainda se restringe a um grupo bastante limitado de pessoas de alguns círculos acadêmicos. Muitos profissionais da área da Psicologia, da Sociologia ou da Educação nunca tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso formal ou informal, bem como sua aplicação em qualquer das áreas da ciência. Por outro lado, profissionais das áreas da Engenharia, Ecologia e Física, e até mesmo da Odontologia, revelam certa familiaridade com a palavra, quando ela se refere à resistência de materiais. Nos diferentes países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, a palavra resiliência vem sendo utilizada com freqüência, não só por profissionais das ciências sociais e humanas, mas também em referências da mídia a pessoas, lugares, ações e coisas em geral.
A intervenção do psicoterapeuta comportamental para melhorar a resiliência do indivíduo envolve:
1) Desenvolver repertórios adequados para lidar com situações estressantes.
2) Desenvolver repertório social com a função de aumento nos níveis de apoio social.
3) Ensinar o indivíduo a capacidade de previsão a partir da análise funcional.
4) Desenvolvimento de tolerância a frustração do indivíduo.
5) Aumento da variabilidade comportamental.
6) Incentivar a prática de lazer, atividade física e alimentação adequada em horários regulares.
7) Informar sobre a higiene do sono e de outros recursos para ter um sono adequado
Portanto, o individuo que possui resiliência desenvolve a capacidade de recuperar-se e moldar-se novamente a cada obstáculo. E, essa qualidade pode ser desenvolvida e/ou aprendida.

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