Fragmentos (Raimundo Gadelha)
As nossas casas deveriam ter infância. Não a insignificância de um rótulo (néo-coloniais, barrocas, modernas, prontas para morar) ou coisa parecida. O ideal seria que tivessem fases vivas, em que pudessem modificar sua forma e crescer com a gente.Hoje, o desconhecido se agiganta diante de mim. O elevador panorâmico eleva e esparrama o que me deprime. Do alto, tento localizar meu antigo endereço. Mas tudo se perde entre prédios, carros e multidões. Minha identidade não mora mais aqui.
Sobre o(a) autor(a):Nascido na Paraíba, estudou em Nova York e se especializou em Tóquio.Poeta, publicitário, jornalista e fotógrafo, é editor responsável e autor da Escrituras Editora.
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